Instituto Lula é criado formalmente
O principal eixo de atuação do instituto será a cooperação do Brasil com a África e a América Latina, área em que Lula já vem atuando após a sua saída do governo.
“O ex-presidente Lula é uma
pessoa que tem atitude, e essa atitude tem feito diferença no Brasil e
talvez possa fazer diferença em outros lugares do mundo”, afirmou Paulo
Okamotto, eleito diretor-presidente do novo instituto.
Lula será o presidente de honra
da nova entidade. Na diretoria estarão Clara Ant, arquiteta e
ex-deputada federal; Luiz Dulci, ex-ministro da Secretaria-Geral da
Presidência da República; José de Filippi Júnior, deputado federal; e
Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos.
A entidade, suprapartidária, não
terá fins lucrativos e será independente de estados, partidos políticos
ou organizações religiosas. No seu estatuto social estão previstas
atividades como a realização de congressos, debates, cursos, pesquisas e
convênios, além da publicação de estudos e da manutenção e
disponibilização do acervo de Lula.
Compartilhar experiências
De acordo com Lula, não é
possível parar de trabalhar após ter atuado oito anos como presidente e
de ter conseguido os resultados que obteve. “Fico pensando se é justo
parar por aqui ou se devemos levar o acúmulo de experiência que
adquirimos para ajudar outros lugares”, afirmou.
O exercício pleno da democracia e
a inclusão social aliada ao desenvolvimento econômico estão entre as
principais realizações do Governo Lula que o instituto pretende
estimular em outros países.
“Em
todos os debates que participo as pessoas querem saber o que nós fizemos
para ter 40 milhões de pessoas ascendendo de classe social e para tirar
28 milhões de pessoas da miséria absoluta”, relatou o ex-presidente.
“Está provado que um outro mundo é possível, e eu acho que se pode
radicalizar mais e fazer mais coisas em menos tempo ainda”.
A estratégia que será adotada
pelo instituto, segundo o ex-presidente, é de se aproximar dos outros
países como parceiros, sem apresentar uma “cartilha” pronta. “Não
podemos entrar na África de forma predatória, sem gerar emprego, sem
gerar renda. Os brasileiros precisam ter um comportamento sadio,
produtivo”, afirmou.
Memorial da Democracia
A construção de um museu para
contar a história do Brasil a partir da experiência dos movimentos
sociais também será uma tarefa do instituto. Com o nome de Memorial da
Democracia, sua concepção deverá ser baseada no Museu da Língua
Portuguesa e no Museu do Futebol.
Duas décadas de história
Durante a reunião, o economista
Pedro Paulo Martoni Branco fez uma retrospectiva da trajetória do
Instituto Cidadania, criado em 1990 por Lula em conjunto com acadêmicos,
sindicalistas e participantes de movimentos sociais para atuar na
elaboração de projetos e políticas públicas para o fortalecimento do
Brasil.
A instituição foi o espaço onde
Lula debateu e elaborou com toda a sociedade propostas de políticas
públicas antes de ser eleito presidente em 2002. Entre outras
realizações, o instituto promoveu, na década de 1990, o Governo Paralelo
e as Caravanas da Cidadania.
No instituto também foram
criados projetos que balizaram políticas públicas aplicadas pelo governo
Lula. O Projeto Moradia inspirou a criação do Ministério das Cidades,
do Conselho Nacional das Cidades e de programas habitacionais e de
saneamento básico. O Projeto Segurança Pública deu fundamento ao Sistema
Único de Segurança Pública, articulado pelo Ministério da Justiça. O
Projeto Energia Elétrica concebeu as bases gerais do programa energético
nacional. O Projeto Reforma Política, apresentado à Comissão Especial
de Reforma Política da Câmara dos Deputados, forneceu subsídios valiosos
para a proposta que tramita no Legislativo. O Projeto Fome Zero deu
origem ao programa federal de segurança alimentar e combate à fome hoje
distribuído por vários ministérios e aglutinado no Bolsa Família.
Veja a lista dos 38 sócios-fundadores do Instituto Lula:
Luiz Inácio Lula da Silva,
Marisa Letícia Lula da Silva, Alberto Ercílio Broch, Aloizio Mercadante
Oliva, Arlindo Chinaglia, Artur Henrique da Silva Santos, Celso Amorin,
Clara Ant, Devanir Ribeiro, Donizete Fernandes, Elisângela dos Santos
Araújo, Flávio Jorge Rodrigues da Silva, Francisco Menezes, Franklin
Martins, João Antônio Felício, José Alberto de Camargo, José de Filippi
Jr, Juvândia Moreira, Lindenberg Farias, Luís Henrique da Silva, Luiz
Soares Dulci, Márcia Helena Carvalho Lopes, Márcio Thomaz Bastos, Maria
Victória Benevides, Marilena Chaui, Miguel Jorge, Nilcéa Freire, Ottoni
Fernandes Jr, Paulo Tarciso Okamotto, Paulo Vanucchi, Pedro Paulo
Martoni Branco, Roberto Teixeira, Rui Falcão, Sérgio Nobre, Sérgio
Resende, Severine Macedo, Walfrido dos Mares Guia, e Wander Bueno do
Prado.
Fonte: Instituto Lula
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