COMISSÃO PASTORAL DA TERRA LANÇA
RELATÓRIO DE CONFLITOS NO CAMPO EM 2011
No dia 07 de maio, às 9h30, a
Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou sua publicação anual, “Conflitos no
Campo, Brasil 2011”, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), em Brasília. Estiveram presentes ao lançamento, o conselheiro
permanente da CPT, dom Tomás Balduino, o secretário geral da CNBB, dom Leonardo
Steiner, o presidente da Comissão para o Serviço da Caridade, da Justiça e da
Paz, dom Guilherme Werlang, os membros da coordenação executiva nacional da
CPT, o secretário da coordenação nacional da CPT, Antônio Canuto e o professor
da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Walter Porto Gonçalves. O
lançamento teve a presença, também, de Laísa Santos Sampaio, irmã de Maria do
Espírito Santo que, juntamente com seu marido, José Cláudio, foram assassinados
em uma emboscada no Pará, em maio de 2011. Laísa está sendo ameaçada de morte.
Também estiveram presentes a quilombola Zilmar Pinto Mendes e Diogo Cabral,
advogado da CPT, ameaçados de morte no Maranhão. E está sendo aguardada a
presença de Valmir, indígena Guarani Kaiowá, filho do cacique Nísio Gomes,
assassinado em novembro de 2011, no Mato Grosso do Sul.
O conflito no Campo Brasil 2011 é a
27ª edição do relatório que concentra dados sobre os conflitos, violências
sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais e suas comunidades, e pelos
povos tradicionais, em todo o país. O relatório elenca também algumas ações dos
homens e mulheres do campo na busca e defesa de seus direitos.
Neste mesmo dia, a CPT entregou o
relatório à ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do
Rosário Nunes, ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e ao Ministro do
Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e o protocolou nos ministérios do Meio
Ambiente e Minas e Energia, e na Secretaria Geral da Presidência da República.
CONFLITOS NO CAMPO BRASIL 2011
O relatório registra 29
trabalhadores rurais assassinados em conflitos no campo no ano de 2011. Um
número menor que no ano anterior, quando foram assassinados 34 trabalhadores.
Entretanto, houve um grande aumento no número de trabalhadores e trabalhadoras
ameaçados de morte, de 177,6%. Além disso, os conflitos no campo, em especial
os conflitos por terra, tiveram acentuado crescimento.
VIOLÊNCIA VOLTA A ASSUSTAR EM 2012
O ano de 2012 se inicia com mais
violência no campo. Somente nos quatro primeiros meses do ano, 12 trabalhadores
e trabalhadoras foram assassinados em conflitos no campo. No mesmo período do
ano passado, 8 haviam sido assassinados. Muitos trabalhadores, indígenas,
militantes, sindicalistas e lideranças continuam sendo ameaçados. O caso da
trabalhadora do sul de Lábrea (AM), Nilcilene, é um exemplo. Ameaçada, depois
de muita insistência junto a órgãos do governo, conseguiu proteção policial da
Força Nacional, que foi para a região monitorar os conflitos. Nesse mês de
abril último, tanto a Força Nacional quanto Nilcilene tiveram que sair da
região. As ameaças passaram a ser destinadas, também, a membros da Força.
Segundo relatos, os pistoleiros se organizavam para matar Nilcilene e os
seguranças que estivessem com ela.
INFORMAÇÕES: Assessoria de
comunicação da CPT, com Cristiane Passos (62 8111-2890 / 9268-6837) e nos
telefones (62) 4008-6406/6412.
A partir do dia 07 de maio de 2012,
todos os dados estarão disponíveis na página da CPT na Internet: www.cptnacional.org.br.
Fonte: CPT – Nacional
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