terça-feira, 3 de maio de 2011

A noite de ontem fiquei insone!

A noite de ontem fiquei insone!
Fiquei a imaginar a situação de cada pai e/ou mãe de família punido (a) pelo justo direito de reivindicar o que lhe é de direito: trabalhar em condições dignas e receber o que é legalmente justo e lhe é devido.
 Soube à noite, que ha colegas cujo contracheque acusa R$ 50,00, R$ 100,00, R$ 150,00. Simplesmente por serem professores dos filhos da classe trabalhadora.
É uma lástima, pois ainda ha entre nós, asseclas da "Vigarista" que, ungidos à condição de vassalos, ocupam postos na vassalagem administrativa da Educação!
 Lamento profundamente, por todo (a)s pais e mães de familias que estão pagando tamanho preço por andarem de cabeça erguida e não se curvarem diante do insano e desatinado gesto da “Vigarista”.
 Aprendi que: “o que não é para sempre a gente atura”!
segue um texto de um amigo e companheiro para que meus outros amigos e compoanheiros também possam ficar sabendo do que está acontecendo aqui no MA com a classe dos professores.... Peço que leiam, por favor!
SINPROESEMMA: greve, descontos salariais e construções de realidades.
O texto e o desconto
 O filosofo “existencialista” Jean Paul Sartre (1905-1980) imprimiu marcas que instigam o meu pensamento, desde as primeiras leituras que fiz dele, nos idos de 80. As noções de “contigente” e “necessário”, p. e., são duas dessas marcas. Por isso, afirmo que a produção deste texto carrega a marca da “necessidade”. Eu tinha que produzi-lo. Sua existência se fez “necessária” para mim.
Quero dizer, por  “necessário”, que produzi-lo se tornou um imperativo, ainda que o (des) governo de Roseana me tivesse pago o salário de abril/11, na sua integralidade. O produziria, também, na outra hipótese, de não me ter sido pago nada do período (não) trabalhado. Assim, produzi-o porquê o atual (des) governo do Maranhão me retirou R$652,00 (seiscentos e cinquenta e dois reais), referentes a doze (12) dias do mês em curso. Anexo o meu contracheque para que os colegas educadores do Maranhão – e do Brasil! --, saibam o que os Sarneys já sabem: no Maranhão dedicar-se permanentemente a estudos não faz alcançar reconhecimento funcional e/ou salarial correspondente, excluídas aí as hipóteses de “neutralidade cientifica”, de se aceitar silenciar o entendimento que a educação proporciona das/dos causas/causadores dos clamores populares e de cooptação.
Aproveito para me solidarizar com os colegas e famílias que sofrem, neste momento,  descontos iguais, maiores ou menores..
O ato administrativo-político de desconto dos meus R$652,00 (seiscentos e cinquenta dois reais) não teve o fim de alcançar as carências alimentares dos meus filhos. Não! Este não é o seu objetivo estratégico-político. Os Sarneys têm pavor é dos efeitos emancipatórios que os livros/autores que esse valor confiscado poderia proporcionar no  pensamento e nas ações de educadores como eu. Os R$861,00 (oitocentos e sessenta e um reais) que me foram “autorizados”, eles “deixaram” para que eu compre o “pão” e pague a “água” com os quais devo passar nestes dias tenebrosos.
O que os Sarneys não sabem é que os livros que já li (apreendi) e as influências teóricas e relacionais que carrego até aqui, bastam-me para negá-los, como a representação política da maldade sobre o povo maranhense.
 Reações aos descontos
 Não é de Sartre, porém, que me vem a inspiração para continuar este texto, dirigido especialmente a nós educadores, mas pertinentes a outros maranhenses que sofrem os reveses do (des) governo Roseana.
É de Walter Benjamim (1892-1940) que me vem a inspiração. São de Benjamim, portanto, e não de Sartre, as expressões aspadas a seguir. Uso-as para entendermos este momento maranhense.
O filosofo “frankfurtiano”, com é sabido, debruçou-se sobre vários aspectos do conhecimento humano, razão que o faz ser percebido como “indefinível” por muitos dos seus comentadores. Por isso, esclareço que me refiro aqui particularmente às suas teses “sobre o conceito de História” (1940).
Nas teses, Benjamim operacionaliza as noções de “fatalismo melancólico” e “pessimismo revolucionário”. A primeira noção, para nos falar do que ele chama de “indolência do coração”, significando a postura daqueles que olham para os Sarneys e a realidade cruel que eles são majoritariamente responsáveis, e dizem: não é possível vencê-los. A outra noção, com o sentido da negação da realidade construída principalmente pelos Sarneys – esgotada, falida! Os partidários desta noção, sabemos que a luta pode destruir a realidade sarneyzista e construir outra realidade, favorável à maioria excluída do nosso povo.
Coloco-me no grupo dos “pessimistas revolucionários”, porque não vejo outra razão para a História senão que negar realidades opressivas e outro papel para os educadores comprometidos que o de lutar pela construção dessa outra realidade que os Sarneys não podem permitir que seja construída.
Os Sarneys, meu bom e velho Mario Quintana (1906-1994), “eles passarão” e nós – educadores --, “passarinhos”! Quer dizer, os Sarneys são uma “contingência”; nós, educadores, somos “necessários”!
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Francinaldo Morais, professor de História, Caxias-MA.
Dedico este texto aos educadores Jaison Castro, um benjaminiano com quem convivi no MHB-UFPI e Hertz Dias, que não pára seu “pessimismo revolucionário”.

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