segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Cutucada Rápida: LOMBADAS

LOMBADAS
 
imagem meramente ilustrativa
Lombadas: mais conhecida por aqui como quebra-tudo, tudo mesmo, desde carros até os pedestres.
Na cidade de Alto Parnaíba, assim como em Sta Filomena, são problemas para a população.
Cuidado pessoal para não se quebrar em uma das famosas lombadas por ai.
Tem cada uma que mais parece um murro, o pior é que a chuva fez buracos de um lado e de outro das lombadas e arrumar que é bom nem pensar.

Cutucada Rápida: DENGUE

 DENGUE
IMAGEM MERAMENTE ILUSTRATIVA.
Sinais da dengue já são visíveis em Alto Parnaíba, Tasso Fragoso e Santa Filomena, fique de olho.
O VÍRUS DA DENGUE pode se apresentar de quatro formas diferentes, que vai desde a forma inaparente (quando não há sintomas), até quadros de hemorragia, que podem levar o doente ao óbito.
Há suspeita de dengue em casos de doença febril aguda com duração de até 7 dias e que se apresente acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas juntas, prostração e vermelhidão no corpo.


DENGUE MATA.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DEFINIÇÃO DE SAUDADE


DEFINIÇÃO DE SAUDADE
Artigo do Dr. Rogério Brandão, Médico oncologista 


Como  médico  cancerologista,  já  calejado  com  longos 29 anos de atuação profissional (...) posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.

Recordo-me  com  emoção  do  Hospital  do  Câncer  de  Pernambuco,  onde  dei  meus primeiros passos como profissional... Comecei a freqüentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria. Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer. Com  o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças.

Até o dia  em  que  um  anjo passou por mim! Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois  longos  anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas  de  químicos e radioterapias. Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes;    também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano!

Um  dia,  cheguei  ao  hospital  cedinho  e  encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

— Tio, disse-me ela — às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores... Quando eu morrer,  acho  que  ela  vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!

Indaguei:
— E o que morte representa para você, minha querida?
- Olha  tio,  quando  a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é? (Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu procedia exatamente assim.)
É isso mesmo.
— Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei  "entupigaitado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança.
E minha mãe vai ficar com saudades - emendou ela.

Emocionado,  contendo  uma  lágrima  e um soluço, perguntei: 
-E o que saudade significa para você, minha querida?
— Saudade é o amor que fica!

Hoje,  aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais direta e simples para a palavra saudade: é o amor que fica!


Meu  anjinho  já  se  foi,  há longos anos. Mas, deixou-me uma grande lição que ajudou a melhorar a minha vida,  a  tentar  ser  mais  humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores. Quando a noite chega,  se  o  céu está limpo e vejo uma estrela, chamo pelo "meu anjo", que brilha e resplandece no céu.
Imagino  ser ela uma fulgurante estrela em sua nova e eterna casa. Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve,  pelas  lições  que  me  ensinaste, pela ajuda que me deste. Que bom que existe saudade! O amor que ficou é eterno.


ATITUDE É TUDO!!!
Seja mais humano e agradável com as pessoas.
Cada uma das pessoas com quem você convive está travando algum tipo de batalha.
- Viva com simplicidade. 
- Ame generosamente. 
- Cuide-se intensamente. 
- Fale com gentileza. 
- E, principalmente, NÃO RECLAME!

A CONDIÇÃO PÓS-MODERNA - Lyotard

A CONDIÇÃO PÓS-MODERNA


RESENHA



José Augusto Santos da Silva

José Cleiton da Silva Gomes

Junio dos Santos Pereira

Ronaldo Pereira de Araújo

Rubeval Pinheiro Costa





Introdução


Lyotard é um nome incontornável em qualquer referência à pós-modernidade. Na sua obra, "A condição pós-moderna" (LYOTARD, 1989), faz uma análise da condição do saber na atual situação da cultura ocidental, apontando a reformulação da natureza do saber como estando no centro de uma mudança histórica e cultural. "A condição pós-moderna" é um ensaio sobre essa hipótese de estarmos a viver uma era na qual o saber muda de estatuto em toda a sua natureza: nos seus referentes, nos seus destinadores e nos seus destinatários.

Lyotard afirma que "pós-moderno é a incredulidade em relação às metanarrativas. Esta é, sem dúvida, um efeito do progresso das ciências, mas este progresso pressupõe-na" (LYOTARD, 1989, p.12). Ou seja, dito por outras palavras, a ciência é sempre a narrativa de uma narrativa ou, por outras palavras ainda, faz parte enquadra-se numa macro-narrativa. Esta macro-narrativa é normalmente uma filosofia de ciência com a qual ela se justifica e se legitima.

O termo pós-modernidade está em uso no continente americano na escrita de sociólogos e de críticos. Está presente também na literatura e na ciência, por sua vez, afetando as regras do jogo, designando assim, um estado de cultura.

Entretanto, existe agora uma crise onde o que outrora significava algo, agora não mais; por exemplo, o conflito entre indivíduo e sociedade que agora não existe, pois indivíduo e sociedade são um. Esse novo modo de pensar é hoje a tendência predominante em filosofia, em psicologia, em sociologia e em outros campos.

  Muitos dos conceitos mais seriamente perturbadores estão sendo “eliminados” pela demonstração que hoje não se podem encontrar justificativas adequadas em termos de operação ou comportamentos.

Portanto, a ciência é apresentada com conflitante com as narrativas, ou seja, o discurso moderno não oferece mais um discurso satisfatório, surgindo então uma nova forma de pensar.




1. O Saber Nas Sociedades Informatizadas


A mudança de estatuto do saber sobre a qual se refere Lyotard consiste por assim dizer, em uma nova maneira de aplicação deste nas sociedades pós-modernas. Dando ao saber científico um caráter puramente discursivo, ou seja, para ele, somente esta forma de saber dispõe de instrumentos que podem dá ao discurso um caráter de certificação.

Afirma ainda, que todas as ciências e as técnicas mais sofisticadas têm seu ponto de incidência na linguagem que é o elemento fundante do discurso. Mas, por conta de tal incidência técnico-científica, instrumentos de transformação o saber, como afirma Lyotard, “acaba sendo afetado tanto no campo da investigação como na transmissão de conhecimento”.

E, uma vez que este saber se apresenta codificado, surge de imediato à necessidade que este seja traduzido para uma linguagem a qual todos possam ter acesso. Por exemplo: a tradução dos termos inerentes à informática.

Assim, “tanto os produtores de saber como seus utilizadores devem e deverão ter os meios de traduzir esta linguagem o que uns procuram inventar e outros aprender” (LYOTARD, 1989. p.18). Neste caso, uma vez que, tanto usuários como detentores do saber precisam fazer este trabalho de tradução, resta-nos considerar que talvez seja esse motivo pelo qual afirma Lyotard: “o saber é e será produzido para ser vendido e, é e será consumido para ser valorizado numa nova produção; em ambos os casos, para ser trocado. Ele deixa de ser, para si mesmo a sua própria finalidade, perde seu valor de uso” (LYOTARD, 1989. p.18).

O reflexo dessa prática pode ser claramente percebido nas sociedades pós-modernas, desenvolvidas, sobretudo, nos países desenvolvidos que cada dia estão mais competidores entre si deixando de fora aquelas sociedades (países) em via de desenvolvimento. E como garante Lyotard, “eles se baterão no futuro para dominar as informações”.

Resultado: aqueles que tiverem o domínio das informações, indiscutivelmente serão sempre os melhores em todas as esferas das sociedades modernas e pós-modernas. Isto significa que, quem não dominar as novas informações que surgiram no decorrer da História serão eternamente “refém” daqueles que detêm o domínio de tais informações.

Dessa maneira a conclusão lógica a que chegamos é a de que o conhecimento hoje, nada mais é senão um poderoso instrumento de dominação.




3. O método: os jogos de linguagem


Pelo que se entende, definir uma realidade de um anunciado é justificar os anunciados dos termos. Portanto, o que se percebe em relação a esses métodos utilizando os jogos de linguagem é que anuncia fatos pragmáticos por meio de um acontecimento denotativo, afirmando-a que a universidade está doente. Porém para posicionar este problema utilizar-se-á três vias que ajudara a entender este discurso.

No entanto, o primeiro chama-se de destinador aquele que tem como função enunciar uma expressão lingüística de sentido completo que ainda não se pode declarar se o anuncia verdadeiro ou falso. Neste sentido há um destinatário que tem como função receber o anunciado que provém a um referente aquilo que trata o enunciado.

E o que afirma neste complemento é que o único que sabe da situação presente na universidade é o destinador ficando em uma posição onde tem uma funcionalidade que lhe permite escolher entre dar ou recusar seu assentimento e o referente é também aprendido de forma própria podendo identificar o enunciado a que se refere.

Evidentemente, Lyotard se expressa de maneira afirmativa que os enunciados emitidos sejam compreendidos, podendo assim também prever a condição geral da comunicação, que de maneira negativa permite distinguir entre os enunciados ou os seus efeitos coincidindo com a sua enunciação, embora se afirma que: “o destinador deve estar dotado de autoridade para o proferir; mas pode-se descrever esta condição inversamente: ele só é dão ou reitor [...] desde que, ao proferi-los, obtém o efeito imediato que dissemos, tanto sobre o seu referente, a universidade, como sobre o seu destinatário, o corpo docente”. (LYOTARD, 1989. p. 28).

Porém há outros casos diferentes que se apresentam por ordens, mandos, instruções, etc. Que se coloca com autoridade destinando a efetuação da ação referida, que se destaca também neste estudo da linguagem centrada sobre os efeitos dos discursos é que são determinadas por regras normalizando toda ação ou todo deslocamento das peças.

 Estas regras, porém, em uma primeira compreensão não tem legitimação em se mesmas, mas podendo revelar objeto de um contrato explicito ou não entre os jogadores que falta de regra fica bem claro que não há jogo.

Assim, continua-se a justificar em Lyotard, que falar é combater no sentido de jogar independentemente da sua aplicação ser feita nas técnicas relativa aos homens tornando uma força produtiva.



                                  

5. A natureza do vínculo social: a perspectiva pós-moderna.


Neste capítulo, J. F. Lyotard comenta minuciosamente o papel dos decisores e de seus relatos, preocupando-se em divulgar e esclarecer papéis sociais. Esses relatos determinam os critérios de competência e/ou ilustram a sua aplicação. Eles definem o que se tem de fazer na cultura, e sendo uma parte desta, encontram-se assim, legitimados.

Uma das características do saber que os indivíduos possuem, é a sua relação com a cultura. A cultura fornece as balizas do consenso para se julgar que um dado saber é legítimo. Por seu lado, os consensos estabelecidos são indicadores da cultura de cada povo. Desta forma, o saber pode ser visto como a própria cultura.

A transmissão dos saberes não aparece mais como destinada a formar uma elite capaz de guiar a nação em uma emancipação. Ela fornece ao sistema os jogadores capazes de assegurar convenientemente seu papel junto aos postos pragmáticos de que necessitam as instituições.

  Curioso notar que, no contexto do estudo do problema da legitimação do saber, Lyotard socorre-se do estudo dos jogos da linguagem, porque os seus lances, ou enunciados, constituem o que ele chama "Vínculo social observável" (LYOTARD, 1989. p. 31). O estudo dos jogos da linguagem é o seu método de exploração da legitimação do saber.

Isto significa que perceber as relações sociais é apreender os efeitos dos jogos de linguagem e não só a “mecânica” da comunicação dada pela teoria da comunicação que se dá com uma natureza de combate, e daí a agonística da linguagem. Assim, o saber do indivíduo de vínculos pós-modernos não é um mero átomo sem poder que serve, sobretudo a função da manutenção do sistema, mas, antes, é um indivíduo que, estando “situado em ‘nós’ de circuitos de comunicação” (LYOTARD, 1989. p.41), tem sempre o poder de os afetar dentro de certos limites.

Entretanto, aquele vínculo social difere consoante os jogos da linguagem se situem num contexto moderno ou pós-moderno de legitimação do saber. Lyotard distingue entre destinador, destinatário e referente quando se trata de efetuar jogos de linguagem. O destinador é quem profere o enunciado, o destinatário é aquele que o recebe e o referente é o sujeito do enunciado, aquilo de que trata o enunciado.

Ora estes três intervenientes da linguagem ficam em posições específicas em face de determinados enunciados. Por outras palavras, cada enunciado tem os seus efeitos e por isso se pode dizer que Lyotard está sobretudo interessado na pragmática da linguagem.

Os jogos da linguagem são diferentes discursos possíveis que colocam os três intervenientes em posições específicas e particulares uns em relação aos outros. Na exploração e clarificação que Lyotard (1989) quer fazer do significado do termo jogos da linguagem.

Todavia, numa perspectiva pós-moderna, o saber, os jogos de linguagem e, portanto, o vínculo social é por um lado, mais localizado, não se referenciando a um sistema orgânico total e não se baseiam numa simples teoria clássica da comunicação, mas, antes, supõem “uma teoria de jogos que inclui a agonística nos seus pressupostos” (LYOTARD, 1989. p. 43-44).




10. A deslegitimação


O autor tem como visão à organização pós-moderna, tendo como ponto de destaque a deslegitimação do processo regulador, que delineia o sabre de maneira bastante comparativa com séculos passados e com o atual. Para ele a sociedade não tem um poder de unificação e legitimação, devido à fragmentação latente das esferas do saber cientifico. “Esta erosão acha-se em ato no jogo especulativo. E é ela que, ao desmanchar a trama enciclopédica na qual cada ciência deriva encontra o seu lugar as deixa emancipar” (LYOTARD, 1989. p. 82).

Os diversos campos científicos caminham separadamente, independentemente sem qualquer relação; cada qual com a sua artimanha, “seu jogo de linguagem”. Percebemos hoje que tudo é por parcela, principalmente os setores do saber e dos serviços que nos prestam por meio dos grupos sociais.
LYOTARD, Jean-François. A Condição Pós-Moderna. Lisboa: Gradiva, 1989. p. 11-22; 27-31; 39-45; 79-86.   


EXISTÊNCIA


EXISTÊNCIA
Foto: Raildson Rocha

Já lhe disseram alguma vez

que você é uma pessoa muito especial?

O seu carinho é tão contagiante
que se eu estiver me sentindo triste
suas mensagens sempre
conseguem me alegrar.

Já lhe disseram alguma vez o quanto
sua presença é importante
para muitos e principalmente para mim?

Só o fato de você existir
já é motivo de alegria.

Obrigado pela paz que você transmite
e pela luz que irradia
dentro do meu coração.

Você é uma pessoa muito especial
e sua amizade é muito importante para mim. 
Não consigo ser diferente, Deus me fez assim. 
Bendito seja Deus, que não rejeitou minha súplica,
nem retirou de mim o seu amor.
Vc tambéme é muito especial, e merece toda a felicadade do mundo.
Obrigado pela sua existência.

Enviado por: Manoel Simões

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Fundação de Alto Parnaíba: Aspectos históricos e curiosidades

Fundação de Alto Parnaíba: Aspectos históricos e curiosidades

Texto: Décio Helder do Amaral Rocha

19 de maio de 1.866 é a data oficial da fundação de Alto Parnaíba, quando o fazendeiro Francisco Luiz de Freitas e sua mulher Micaela de Abreu Freitas, donos da Fazenda Barcelona, fizeram a doação de parte de suas terras à Igreja Católica para a instalação da Vila de Nossa Senhora das Victórias, sob a liderança de Cândido Lustosa de Britto.

Descendente da família Britto da região de Serra Talhada e Arcoverde, em Pernambuco, Cândido Lustosa de Britto era um homem de rara inteligência, sagaz, trabalhador, desbravador por natureza – também descendente, pelo lado dos Lustosas, dos bandeirantes paulistas saídos da Casa da Torre, em Santos - e de personalidade muito forte. Sobrinho, pelo, lado materno, de José Lustosa da Cunha, o Barão de Santa Filomena, saiu de Parnaguá e veio administrar fazendas do tio em Santa Filomena, já casado com Ana Victória Vargas Lustosa de Britto, também de importante família do sul piauiense.

O poder financeiro e político do Barão de Santa Filomena era imenso. Irmão do Marquês de Paranaguá – João Lustosa da Cunha Paranaguá -, que mandava no Império, tendo sido presidente do Conselho de Ministros – Primeiro-Ministro, governador de várias províncias (Estados), como São Paulo, Mato Grosso, Piauí, Bahia e Maranhão, além de Senador, Ministro da Fazenda, da Justiça, do Exterior e da Guerra, e do Barão de Paraim, todo-poderoso senhor de terras e da política de parte do Piauí, através de Parnaguá ou Paranaguá.

Além de tudo isso, o Barão de Santa Filomena, que somente faleceu em 1.901, tornou-se amigo pessoal do Imperador Pedro II, após lutar na Guerra do Paraguai, obtendo do monarca o título de general do exército brasileiro, e era maçom, aliás, o primeiro desta região.

Mesmo com todas essas forças, Cândido Lustosa de Britto, não receiou enfrenta-las, e, n’um descuido do barão, foi a Caxias, então a vila mais importante do interior do Maranhão, convencendo as autoridades maranhenses que, na região do Alto Parnaíba, também o Rio Parnaíba era a divisa natural dos dois estados, então chamados de províncias, trazendo consigo o tenente José Ayres e um contingente com cerca de 50 soldados, e fincou a bandeira do Maranhão onde é hoje a localidade Escalvado, a cerca de 15 quilômetros da cidade rio acima, onde iniciou-se a construção da Vila de Victória.

Houve pequena reação do Barão de Santa Filomena, que então dominava terras que iam até Pastos Bons, saindo vitoriosos Cândido Lustosa de Britto e o Maranhão.

Logo Cândido Lustosa sentiu que a nova cidade deveria ser construída em frente à Vila de Santa Filomena, já estruturada, principalmente em razão do Porto do Rio Parnaíba, fazendo as pazes com o Barão de Santa Filomena, seu tio, que o visitou pessoalmente, transferindo o início das construções do Escalvado para onde é atualmente a cidade de Alto Parnaíba, especificamente na antiga Pontinha e nas atuais Praças Coronel Antônio Luiz e Rua Coronel Antônio Rocha.

Todas as cidades do interior brasileiro, em razão do transporte mais dinâmico e da própria água para consumo, surgiram às margens de rios e lagos, inclusive Alto Parnaíba.

Com o início das construções das casas, da primeira Igreja de Victória, hoje com o nome de Nossa Senhora de Guadalupe, da cadeia, do prédio do Conselho Municipal, de estabelecimentos comerciais, do cemitério, dentre outras construções, instalou-se oficialmente a administração da Vila de Nossa Senhora das Victórias, isto por volta de 1.871, sendo eleito o Conselho Municipal – espécie de Câmara Municipal, cujo presidente era o prefeito (intendente) -, sendo eleito para presidi-lo e como primeiro prefeito de Alto Parnaíba, Antônio Luiz do Amaral Britto, sobrinho e genro de Cândido, filho de José Rodrigues de Britto, um dos primeiros habitantes de Victória.

Cândido, que governou como uma espécie de regente único, da fundação, em 1.866, até a instalação do governo municipal, em 1.871, passou a administração e a liderança política para o futuro Coronel da Guarda Nacional, Antônio Luiz do Amaral Britto, seu sobrinho – filho de seu irmão, Major José Rodrigues de Britto -, neto, pelo lado materno, do Desembargador José Mariano do Amaral, que mandou na política do Piauí, inclusive como seu governador, por décadas, ficando o próprio Cândido como juiz municipal, o primeiro de Alto Parnaíba, permanecendo no cargo até a morte, em 1.916.

Antônio Luiz casou-se com duas filhas de Cândido, Ana Cândida, morta muito jovem, e Maria Lustosa do Amaral Britto, conhecida por Dona, e foi o mais importante líder de Alto Parnaíba de todos os tempos, tendo exercido, por várias vezes, o cargo de prefeito, além de vice-governador do Maranhão, entre 1.914/1.918, na gestão do Governador Herculano Parga, e eleito o filho Adolpho Lustosa do Amaral Britto e o genro, João Francisco de Vargas, como deputados estaduais.

Político com importância reconhecida em todo o Estado, o Coronel Antônio Luiz implantou o desenvolvimento em Victória do Alto Parnaíba, criando uma banda de música, a primeira escola municipal em nossa cidade, que levou o nome de Herculano Parga e trouxe as primeiras professoras normalistas, influenciando para que a navegação pelo Rio Parnaíba chegasse a Alto Parnaíba e Santa Filomena, e pela construção da chamada Estrada do Sal entre Alto Parnaíba e Goiás, hoje Tocantins, projetos de autoria dos Deputados Adolpho Lustosa e João Vargas.

O Coronel Antônio Luiz morreu em 1.924 quando era prefeito, sendo substituído pelo vice-prefeito (na época, chamado subprefeito), Lindolfo Lustosa do Amaral Britto, que era seu filho.
A família Britto, que dominava a política e a vida administrativa e econômica de Alto Parnaíba, com a morte de seu líder, se dividiu em duas correntes, a primeira sob a chefia do Coronel da Guarda Nacional e Deputado Adolpho Lustosa e a outra, sob a liderança do Coronel da Guarda Nacional e ex-Prefeito Samuel Lustosa de Britto, este filho mais velho do fundador Cândido Lustosa de Britto, e o Capitão da Guarda Nacional Lindolfo Lustosa, facilitando o crescimento da oposição sob a popular e carismática liderança do fazendeiro e coletor federal, Antônio de Araújo Rocha, filho de Corrente, no Piauí, que, com a morte do pai e do novo casamento da mãe com um filho do fundador de Victória, de nome David Lustosa de Britto, mudou-se ainda menino para a Vila de Nossa Senhora das Victórias e aqui contraiu núpcias com Ifigênia do Nazareth Rocha, neta do Barão de Santa Filomena.

Desde a fundação até a década de 50 do século passado, a economia de Alto Parnaíba se baseava praticamente no comércio e na pecuária. Aliás, o nosso porto no Rio Parnaíba era um dos mais movimentados na margem do Velho Monge, e a já falada Estrada do Sal foi construída exatamente para facilitar o transporte do sal do nordeste para o centro-oeste, que vinha em vapores pelo Parnaíba e seguia a lombo de burro e jumentos para Goiás e daí para outras regiões do País, centralizando Alto Parnaíba toda essa grande atividade comercial, que se estendia a outros produtos.

O pecuarista levava o gado de nossa região, tangido por boiadeiros, para comercializá-lo em Pernambuco, Ceará, Piauí, Alagoas e até no Rio Grande do Norte, em longas caminhadas, e de lá traziam confecções, o sal, o café e outros produtos comerciais.

Nos anos 20, Alto Parnaíba teve a presença corajosa e progressista de Corbeniano Gomes, que aqui se fixou na Fazenda Sucupira vindo da Bahia, construiu com recursos próprios a ladeira da bacaba e a estrada pelo Montevidéu, alem de grande produtor de cana-de-açúcar, de café, criador de suínos e de gado bovino.

Com a Revolução de 30, a oposição chegou ao poder em Alto Parnaíba, com a nomeação de Raimundo Lourival Lopes, próspero comerciante piauiense, que governou o município, como prefeito/interventor, por mais de 13 anos, tendo ocupado a prefeitura, também no período de 1.930/1.945, os prefeitos Adolpho Lustosa, Manoel Moreira, José Soares, Ceir Pachêco, Clóvis do Amaral Vargas, Josué de Moura Santos, Palmeron Lustosa do Amaral Britto e Ritinha de Araújo Rocha, a nossa primeira mulher prefeita.

A primeira criança registrada ainda na Vila de Nossa Senhora da Victória do Alto Parnaíba foi Antônio Pereira da Silva, nascido a 30 de junho de 1.899, filho de Jesuíno Pereira da Silva e Josefa de Oliveira Cabral, os pais naturais da Freguesia de Milagres, na Província do Ceará, sendo padrinhos da criança, Fausto Ferreira Lustosa e Isabel de Oliveira Cabral. O registro é o de nº 01, do livro de nascimento nº 01, lavrado pelo Oficial do Registro Civil, Simeão Estelita Pereira de Albuquerque.

As duas outras crianças primeiramente registradas foram Zacarias Vitorino da Paixão, filho de Manoel Vitorino da Paixão, primeiro tabelião público da Vila de Victória, e de Laurentina Maria Vieira, e nascido a 16 de julho de 1.889; e Oséas Lustosa do Amaral Britto, nascido a 27 de julho de 1.889, filho de Antônio Luiz do Amaral Britto e de Maria Lustosa do Amaral Britto.
Um dos primeiros casamentos, com efeito civil, de Victória, foi feito no dia 16 de fevereiro de 1.891, na Casa da Intendência Municipal – onde hoje é o restaurante O Casarão -, de José Ferreira do Nascimento e Raymunda Francisca de Souza, celebrado pelo Juiz de Paz em exercício Theodomiro da Silva Cunha.

O primeiro médico de Alto Parnaíba foi o cearense Miguel de Lima Verde, trazido pelo Coronel Antônio Luiz no início dos anos 20, tendo sido também prefeito de Victória.
A primeira professora normalista foi Etelvina Vasconcelos, também trazida de São Luís por Antônio Luiz do Amaral Britto; a primeira escola particular foi a do Professor Luiz Amaral, também poeta e jornalista, o primeiro alto-parnaibano a lançar um livro – O Meu Livro; o primeiro grupo escolar ainda é o Vitorino Freire e sua primeira professora e diretora a educadora Maria de Lourdes Gouveia Rocha, filha de São Luís, que chegou a Alto Parnaíba nos anos 30, aqui casou-se com Elias de Araújo Rocha, político, advogado e promotor público, e se dedicou por quase 50 anos ao magistério, com a colaboração, no início, das também normalistas Eurídice Formiga Rocha, Antônia Galvão e Maria Madalena Gomes Amaral, além da professora municipal Maria da Conceição Lopes de Carvalho.

A primeira mulher delegada foi Ritinha de Araújo Rocha e o primeiro Juiz de Direito, o Dr. Caio Lustosa da Cunha, filho do Barão de Santa Filomena.

De 1.946 até hoje os prefeitos de Alto Parnaíba e seus vices, foram os seguintes: José Soares e Raimundo Alves de Almeida; João Borges Leitão e Elias de Araújo Rocha; Elias de Araújo Rocha; José Soares e Aderson Lustosa do Amaral Brito; Raimundo Alves de Almeida e Zoroastro Soares; Antonio Rocha Filho e Homerino Duarte Segadilha; Luiz Gonzaga da Cruz Lopes e Wagner Teixeira Mascarenhas; Corintho de Araújo Rocha e Wagner Evelin Pacheco; Renan Soares e Osvaldo Gama de Freitas; Antonio Rocha Filho e José Ribamar Nogueira Almeida; José de Freitas Neto e Itamar Nunes Vieira; Adalto Gomes da Silva e Jader Gonçalves Caixeta; José de Freitas Neto e Ernani do Amaral Soares; Raimunda de Barros Costa e Deusélis José Batista de Oliveira; Ranieri Avelino Soares e Lívio Bastos Santos.

Esses são alguns dados históricos sobre a fundação de Alto Parnaíba e alguns aspectos sobre a vida política e econômica de nossa terra, que passou a ter este nome em 1.939, e antes teve outras denominações, Vila de Nossa Senhora das Victórias, Vila de Nossa Senhora da Victória do Alto Parnaíba e Victória do Alto Parnaíba.

Victória, ainda com essa grafia, foi o nome dado pelo fundador Cândido Lustosa de Britto em homenagem à esposa, Ana Victória, e à vitória sobre o Barão de Santa Filomena, e o dia da nossa padroeira é 08 de setembro.

ANO INTERNACIONAL DOS AFRODESCENDENTES


ANO INTERNACIONAL DOS AFRODESCENDENTES

Como sabem em 2011 a ONU levantou uma importantíssima bandeira em prol do desenvolvimento humano. Estamos vivenciando o ANO INTERNACIONAL DOS AFRODESCENDENTES.
Com o intuito de fazer a avaliação sobre as realidades e possibilidades dos processos de INCLUSÃO dos negros em todos os seguimentos da vida pública e privada do país. O Secretário Geral da ONU - Ban Ki-moon argumenta que após os preparativos e debates da Conferencia de Durban e outras ações contra a prática de discriminação, é chegado o momento dos países signatários promoverem ações afirmativas em prol do povo negro.
Não são palavras minhas, mas um relato do momento em que estamos vivendo. IMPORTANTÍSSIMO para a nossa história, em combater a MITO DA DEMOCRACIA RACIAL, que no Brasil não existe, pelo contrário vemos o Estado praticar institucionalmente ações discriminatórias.
Vejamos:
Quando um negro vai ao plantão policial relatar que foi discriminado por conta da sua origem étnica, o que o responsável faz?
Resposta simples, confecciona um Termo Circunstanciado por injuria qualificada pela discriminação étnica, colocando em desuso a lei de combate ao racismo.
Outro dado importante é narrado pelo desembargador Siro Darlan apresentando no blog Justiça e Cidadania que dos 185 desembargadores do Rio de Janeiro, apenas 2 são negros.
Por que será?
Apenas se formar é garantia de sucesso profissional? Quais os motivos de nos espaços de poder não haver negros?
Só pra fomentar o debate a grande maioria dos negros que tiveram oportunidade durante o seu processo de formação, não só ascenderam socialmente como profissionalmente, exemplo vivo seria o recém eleito Defensor Público Geral do Estado do Rio de Janeiro Nilson Bruno Filho.
Em um processo de concorrência não existe somente méritos, mas outros fatores fundamentais para o resultado positivo.
Então debatam em seus grupos; levantem esta questão; questionem; argumentem, mas não deixe o tema e o tempo passar, pois para o melhor processo de INCLUSÃO políticas públicas e ações afirmativas tem que fazer parte do cardápio e os resultados destes debates podem ser fermento da melhor solução cabível.

http://odia.terra.com.br/blog/justicaecidadania/
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JÚLIO CÉSAR ALVES DE OLIVEIRA
ASSESSOR JURÍDICO DA EDUCAFRO

Obs.: Texto recebido via e-mail, foram feitas pequenas modificações.