POUCOS MÉDICOS
Com a aprovação do projeto de lei que
regulamenta a emenda 29, à Constituição Federal, na semana passada pela Câmara
dos Deputados, com a fixação da participação financeira da União, Estados e
Municípios nas despesas com a saúde pública, o aumento dos recursos e um maior
controle sobre a sua aplicação e administração, já é um passo importante na
busca de uma solução mais longa para a área mais vital de qualquer nação.Falta
agora a palavra final do Senado da República.
No município de Alto Parnaíba, o primeiro
banhado pelas águas maranhenses do rio Parnaíba, temos apenas quatro médicos
clinicando, dos quais apenas um da rede pública municipal. Existem uma clínica
particular, cujo profissional divide seu precioso tempo com o vizinho município
piauiense de Santa Filomena, um hospital particular conveniado ao SUS, com
apenas dois médicos e um pedaço do hospital público municipal, com apenas um
profissional, no caso uma médica com origem cubana, que está se multiplicando
para cobrir o atendimento, pela Prefeitura, das pessoas que não podem pagar uma
consulta médica - a maioria.
Na zona rural de um município extenso,
não existe um único ambulatório, muito menos posto de saúde e ao contrário de
Santa Filomena, onde a Prefeitura disponibiliza a ida pessoal de um médico e de
odontólogo a determinadas regiões do interior, como do distrito de Matas, do
lado de cá do Velho Monge quem precisa de uma simples consulta é obrigado a
enfrentar, quando não a pé ou em lombo de burro, carrocereias de caminhões
transformados em transporte de gente, com passagens caríssimas e estradas que
não merecem esse termo, e ainda deparar com imensas filas para o atendimento
pela única médica da Prefeitura.
Também grave o fato de inexistir médico plantonista,
ou seja, em caso de urgência é preciso bater às portas da casa de residência do
profissional e obter a orientação, por telefone, deste ao técnico em enfermagem
que fica de plantão. Isso quando a gravidade do estado de saúde da pessoa já
não se encontra no divisor com a morte. É lamentável, mas é a realidade. Na
minha terra, distante 1.080 km de São Luís, o governo estadual não mantém um
único médico, enfermeiro, odontólogo ou posto de saúde, n'um permanente
desprezo que causa indignação. Urgem medidas do Ministério Público estadual e
federal.
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