sábado, 3 de setembro de 2011

TEOLOGIA DA UNÇÃO DOS ENFERMOS

TEOLOGIA DA UNÇÃO DOS ENFERMOS
Pensando no sacramento da Unção dos Enfermos e sua significância, dei-me a liberdade de tecer algumas ponderações sobre a mesma, sem, contudo, querer exauri-la. Escrevi a partir de uma leitura da fé, e de sãos escritores, a teologia deste sacramento. A minha pretensão com este, é ajudar o discurso da nossa Igreja a ser o máximo possível, simples, acessível e compreensível. Dito isso, passamos ao que interessa. A Unção dos Enfermos, sacramento da nossa Igreja católica, tem sua razão de ser a partir da realidade de enfermidade do ser humano e do trato de Jesus com ele. É um sinal eficaz da misericórdia de Deus e da presença solidária da Igreja na vida do enfermo. É um serviço à vida em nome de Jesus.
Neste sacramento, Cristo, por meio da Igreja, age como o bom samaritano (Lc 10, 33ss), que se aproxima do enfermo, e, com seu poder terapêutico, curativo, mas, sobretudo, misericordioso abençoa-o, garantindo-lhe a vida. Na Unção dos Enfermos, é Jesus quem age, pois dele sai a força que cura a todos (Lc 6,19). Dessa força, precisa o doente para enfrentar de forma cristã a doença. Portanto, o sacramento da Unção dos Enfermos é sinal da vitória sobre a enfermidade quando acolhida e vivida na fé em Cristo.
A cura, conforme o atual Ritual de Unção dos Enfermos é dom de Deus e sacramento da vida. Leva o enfermo a participar do mistério de Cristo na vida. Portanto, é sacramento dos vivos, isto é, presença de Cristo Ressuscitado, que fortalece o enfermo na superação da dor, do sofrimento, e na compreensão da enfermidade.
Os evangelhos com freqüência, descrevem Jesus realizando curas e, no final de cada uma delas diz: “A tua fé te salvou”. A fé no processo histórico-salvífico, sempre foi condição indispensável para a manifestação de Deus. E, no sacramento da Unção dos Enfermos, não é diferente. Tiago 5,13-16 acentua a importância da oração e da fé no processo salvífico do enfermo, bem como, dá indicações de como a comunidade deve proceder com relação a seus enfermos. A oração não deve ser realizada apenas pelo enfermo, mas, também, pela comunidade que, na solidariedade eclesial, dirige sua prece em favor do irmão enfermo. É um sacramento de Jesus, que movido de compaixão (Mt 20,34), valoriza a pessoa humana e realiza a cura corporal, espiritual, o perdão dos pecados, enfim, cura o ser humano na sua inteireza. O sacramento é força para enfrentar a doença pela qual o enfermo se vê acometido, doença que lhe priva da convivência fraterna e revela sua finitude e dependência diante de Deus.
Na Unção dos Enfermos, Deus se manifesta como dom do Espírito Santo, que consola e salva. Como se afirma na introdução do Ritual, “este sacramento confere ao enfermo a graça do Santo Espírito”. Trata-se da graça geradora de comunhão do enfermo com Deus, de forma que saiba integrar a doença num projeto de vida.
 Portanto, a Unção dos Enfermos, nasce da consciência da Igreja que, iluminada pela prática de Jesus, compreende como sua, a missão de dar assistência aos enfermos. O Senhor sofredor e glorificado, alivia todo tipo de enfermidade mediante a graça do Espírito Santo e a oração da comunidade alicerçada na fé. Desperta no enfermo a confiança na misericórdia divina, por ser um sacramento embasado na ação de Deus em favor da vida. Deus seja louvado, pois, sendo dom da vida, cuida tão bem de nossa vida.
IRAN BRITO
Seminarista da Diocese de Balsas – MA
Cursando Teologia em Belo Horizonte - MG

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