quinta-feira, 5 de maio de 2011

INICIAÇÃO CRISTÃ


INICIAÇÃO CRISTÃ
Aproveito da Páscoa de Cristo, fundamento da nossa fé e dos sacramentos cristãos, sobretudo do batismo para fazer algumas considerações sobre a iniciação cristã.
            Entende-se por iniciação cristã a introdução de alguém no mistério de Cristo, mediante seu itinerário de fé. Ora, os sacramentos de iniciação cristã são: Batismo, Crisma e Eucaristia. Por estes, os iniciados experimentam o mistério Pascal de Jesus Cristo mediante as disposições batismais: conversão, educação à oração, ou seja, dirigir-se a Deus, mudança de mentalidade, caridade atuante, imbuir-se do amor de Deus, testemunho cristão e vigilância constante.
            O catecumenato é, pois, o tempo do fascínio por Cristo, portador da mensagem salvífica. Período de evangelização em que se anuncia Deus e Jesus Cristo aos que desejam ser cristãos. Tempo de conhecimento do Espírito Santo e de adesão à Sagrada Escritura. Lembro-me aqui de uma expressão de Francisco Taborda, professor da Faje: “Exercitando o agir cristão, o candidato experimenta que sua adesão à fé batismal inclui a vida segundo o Espírito Santo”.          
            Nesse processo catecumenal, o Batismo revela-se o fundamento da vida cristã, o momento decisivo de adesão a um caminho de conversão e fé. Um caminho feito em comunidade e dessa forma, participa-se da comunidade de Cristo e se torna seus discípulos. Por meio do banho batismal, acontece o mergulho na morte com Cristo e o ressurgimento com Ele como nova criatura (cf. Gl 6,15). O neófito, pelo batismo, participa do Mistério Pascal de Cristo, da passagem da morte à vida.
Ao embasar este Sacramento no Mistério Pascal, pode-se situar o lugar teológico do batismo nas Palavras do Ressuscitado, precisamente na aparição de Jesus ressuscitado na Galiléia (Mt 28,19), onde ordena aos apóstolos: “Ide, fazei todos os povos meus discípulos batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Assim como a ressurreição está fundada na fé, a ordem de batizar dada pelo Ressuscitado só pode ser objeto de fé. É a fé na ordem do Ressuscitado que fundamenta o batismo.
            E a crisma? Esta confirma o dom do Espírito Santo, que consolida a graça batismal. Ela sela definitivamente a filiação divina, uma vez que confirma nos batizados a herança concedida pelo sacramento do Batismo. Reforça a fé cristã, a fim de que o confirmado sinta-se agente da fé cristã transmitida pela Tradição. A crisma celebra a entrada do cristão na maturidade da fé. Os iniciados na fé pelo dom do Espírito Santo confirmam-na se tornando testemunhas de Cristo, membros ativos da comunidade. Assim, visibiliza um segundo momento da participação do cristão no Mistério Pascal: o Pentecostes. Os cristãos são abençoados com a marca e a unção do Espírito para a missão. A teologia crismal garante firmeza na fé e preparação para a luta. Pela crisma os cristãos tornam-se soldados de Cristo, dotados dos dons do Espírito Santo.
 Batismo, crisma e eucaristia são os sacramentos que nos inserem no mistério pascal de Cristo mediante a fé, conversão e a iniciação. A compreensão teológica dos sacramentos é fundamental, porque nos ajuda a corrigirmos uma visão dos sacramentos como algo ultrapassado e sem sentido. Ora, sacramentos não se tratam de um ritualismo vazio. Trata-se da graça de Deus que deve diariamente ser “revivescida”. Cabe a nós cristãos ressignificar e recuperar o sentido de ser iniciado, de pertencer à família de Deus, de viver a Páscoa de Cristo na vida diária. Seja, pois, esta a nossa meta.
                         IRAN GOMES BRITO
                       SEMINARISTA DA DIOCESE DE BALSAS
CURSANDO TEOLOGIA EM BELO HORIZONTE - MG

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