INICIAÇÃO
CRISTÃ
Aproveito
da Páscoa de Cristo, fundamento da nossa fé e dos sacramentos cristãos,
sobretudo do batismo para fazer algumas considerações sobre a iniciação cristã.
Entende-se
por iniciação cristã a introdução de alguém no mistério de Cristo, mediante seu
itinerário de fé. Ora, os sacramentos de iniciação cristã são: Batismo, Crisma
e Eucaristia. Por estes, os iniciados experimentam o mistério Pascal de Jesus
Cristo mediante as disposições batismais: conversão, educação à oração, ou
seja, dirigir-se a Deus, mudança de mentalidade, caridade atuante, imbuir-se do
amor de Deus, testemunho cristão e vigilância constante.
O
catecumenato é, pois, o tempo do fascínio
por Cristo, portador da mensagem salvífica. Período de evangelização em que se
anuncia Deus e Jesus Cristo aos que desejam ser cristãos. Tempo de conhecimento
do Espírito Santo e de adesão à Sagrada Escritura. Lembro-me aqui de uma
expressão de Francisco Taborda, professor da Faje: “Exercitando o agir cristão, o candidato experimenta que sua adesão à fé
batismal inclui a vida segundo o Espírito Santo”.
Nesse
processo catecumenal, o Batismo revela-se o fundamento da vida cristã, o
momento decisivo de adesão a um caminho de conversão e fé. Um caminho feito em
comunidade e dessa forma, participa-se da comunidade de Cristo e se torna seus
discípulos. Por meio do banho batismal, acontece o mergulho na morte com Cristo
e o ressurgimento com Ele como nova
criatura (cf. Gl 6,15). O neófito, pelo batismo, participa do
Mistério Pascal de Cristo, da passagem da morte à vida.
Ao embasar este Sacramento no Mistério Pascal, pode-se situar o lugar
teológico do batismo nas Palavras do Ressuscitado, precisamente na aparição de
Jesus ressuscitado na Galiléia (Mt 28,19), onde ordena aos apóstolos: “Ide,
fazei todos os povos meus discípulos batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
Assim como a ressurreição está fundada na fé, a ordem de batizar dada pelo
Ressuscitado só pode ser objeto de fé. É a fé na ordem do Ressuscitado que
fundamenta o batismo.
E a crisma? Esta confirma o dom do Espírito Santo, que
consolida a graça batismal. Ela sela
definitivamente a filiação divina, uma vez que confirma nos batizados a herança
concedida pelo sacramento do Batismo. Reforça a fé cristã, a fim de que o
confirmado sinta-se agente da fé cristã transmitida pela Tradição. A crisma celebra a entrada do cristão
na maturidade da fé. Os iniciados na fé pelo dom do Espírito Santo confirmam-na
se tornando testemunhas de Cristo, membros ativos da comunidade. Assim,
visibiliza um segundo momento da participação do cristão no Mistério Pascal: o Pentecostes.
Os cristãos são abençoados com a marca e a unção do Espírito para a missão. A
teologia crismal garante firmeza na fé e preparação para a luta. Pela crisma os
cristãos tornam-se soldados de Cristo, dotados dos dons do Espírito Santo.
Batismo,
crisma e eucaristia são os sacramentos que nos inserem no mistério pascal de
Cristo mediante a fé, conversão e a iniciação. A compreensão teológica
dos sacramentos é fundamental, porque nos ajuda a corrigirmos uma visão dos
sacramentos como algo ultrapassado e sem sentido. Ora, sacramentos não se
tratam de um ritualismo vazio. Trata-se da graça de Deus que deve diariamente
ser “revivescida”. Cabe a nós
cristãos ressignificar e recuperar o sentido de ser iniciado, de pertencer à
família de Deus, de viver a Páscoa de Cristo na vida diária. Seja, pois, esta a
nossa meta.
IRAN GOMES BRITO
SEMINARISTA DA DIOCESE DE BALSAS
CURSANDO TEOLOGIA EM BELO HORIZONTE - MG
Meu irmão, sabido todo ele!
ResponderExcluirTexto está bom. Idéias encadeadas.
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